Sunday, March 08, 2009

significados.

inteiro

do Lat. integru


adj.,
completo;
que tem todas as suas partes;
que não sofreu diminuição;
que está no gozo de todas as suas posses, forças, meios;
que consta só de unidades (número);
austero;
íntegro;
recto;
incorruptível;

s. m.,
número em que não entram fracções ou parte decimal.

Thursday, February 12, 2009

Festa

Sunday, December 14, 2008

in[temporal].

não sei onde pus os sacos vazios,
nem os cordões dos sapatos.
esqueci-me do sítio onde deixei os botões inválidos da camisa,
as meias uso-as em pares errados e num tom...
desconcentrado.
esqueci-me de desapertar a seda da minha garganta,
de por para fora os joelhos.
as teclas do piano:
confundo as brancas com as pretas,
os sustenidos com os bemóis,
os dós com os sóis.
vejo as horas no ponteiro grande e os minutos no pequeno,
os segundos, não sei quem são.
os cigarros: apetece-me fumá-los pela ponta,
as músicas, oiço-as de trás para a frente,
calço a sapatilha direita no pé esquerdo e vice-versa.
tento beber pela base dos copos.
o gato fala-me, ladra.
R.K.

Tuesday, May 06, 2008

des[alinho]

Hoje dormi com os pés descalços. Isto raramente acontece, mas a dor às vezes vem com o frio, lentamente, até se envolver em todo o meu corpo e me gelar, na cama vazia.
Hoje dormi com os pés descalços porque o meu corpo precisava de perceber a minha cabeça, porque havia, ali, uma mão cheia de espinhos que iam picando a pouco e pouco, todos os dias. E eu de noite adormecia, mas o meu corpo ficava acordado até de manhã, a tentar encontrar respostas para perguntas que não existiam, a ver filmes e a tentar transportar-se para eles. O meu corpo e a minha cabeça andam desalinhados.

Thursday, January 17, 2008

hands.

Tuesday, January 15, 2008

Today is tuesday.



I´m only happy when it rains.



Monday, January 14, 2008

de manhã.

Deixo-me estar. Leio uns poemas, bocejo, esfrego os olhos, fumo um cigarro, entretenho-me enquanto a casa arde. Custa sempre menos, assim. Sento-me, deito-me, espreguiço-me, leio outro poema, volto a bocejar, mexo na orelha, passo a outra mão na barriga para fazer arrepios, paro todas as explicações e deixo-me ficar. Vou ficando, como a pena ao vento, ou será um carro sem travões?
Um gato, outro gato, um beijo, outro beijo, uma esperança, uma derrota, uma música. Eu sabia que tinha que escrever a palavra música , caso contrário já estaria morta, mesmo.
Pouso as palmas das mãos no lençol gelado, vermelho, aperto-o, cai a lágrima, cai o vento, caí sem que me pudesse salvar. Vejo sombras, copos intactos, pianos desafinados na minha mente, pessoas aos gritos a fugir, ciclones de medos a erguerem-se sobre elas: vejo-me a mim nos seus corpos.
Este mundo é uma mentira, é uma ratoeira. Respiro fundo, acendo outro cigarro e deixo o fumo no meu peito, a passear-se.