Saturday, August 12, 2006






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Chorar com a ferocidade, mais tarde pintar as palavras. Vestir e rasgar o peito. Nunca acaba. Morre e nasce, volta a morrer e volta a nascer. É o ciclo obrigatório. É certo que a chama que se acende, também se apague. E o medo? Apaga-se? E o erro? Apaga-se? E o amor, apaga-se? E ainda que se apagasse, voltaria a nascer, como o peito. E a queda?
E como é que tudo se apaga, sem que volte a nascer, desassogadamente? E porque é tudo tão intenso e flamejante? E porque é que a intensidade de tudo nunca se apaga?
E os dias, chegam realmente a acabar? E porque todas as noites e todos os dias não são só um dia, em vez de serem tantos dias e tantas noites, num tempo tão interminável?

E as perguntas sem resposta, porque é que nunca acabam?





Raquel